110 trabalhadores em condições análogas à da escravidão foram resgatados após uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Todos os trabalhadores eram de estados do Norte e Nordeste. Eles trabalhavam na construção de uma linha de transmissão de energia no leste de Minas Gerais.
A fiscalização foi realizada entre os dias 29 e 30 de março em alojamentos e frente de trabalho do Consórcio Construtor Linha Verde, formado pelas empresas Toyo Setal e Nova Participações, nos municípios de Conselheiro Pena e Governador Valadares. A linha de transmissão está sendo construída entre as cidades de Mutum e Governador Valadares.
A ação foi realizada em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Seis alojamentos entre hotéis, casas alugadas e galpões, foram fiscalizados, todos eram utilizados pela empresa responsável pela construção da linha de transmissão para uso dos funcionários.
Em sua defesa, o consórcio responsável pela obra disse que retirou os trabalhadores dos locais fiscalizados pelo MTE no mesmo dia em que a auditoria foi feita.
“Em relação às inconsistências encontradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, relativas à baixa ventilação em dois alojamentos da obra, imediatamente após a notificação das autoridades, o grupo paralisou as atividades dos trabalhadores instalados nos locais”, afirmou.
Ainda de acordo com a nota apresentada pela empresa, ao longo do dia 30 de março, o consórcio realocou os trabalhadores em um novo local, atendendo as normas do ministério: “O consórcio lembra que, além do alojamento fornecido, os profissionais recebem alimentação, transporte, equipamentos de proteção individual e coletivo, treinamentos sobre saúde e segurança, além de passagens para que os trabalhadores voltem às suas residências para descanso com regularidade”.