O médico Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, único sobrevivente do grupo de ortopedistas atacados na Barra da Tijuca nesta quinta-feira, passou por uma cirurgia que durou quase 10 horas no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Ele sofreu 14 tiros, incluindo dois de raspão, resultando em 24 perfurações em seu corpo. As lesões incluíram o tórax, intestino, pélvis, mão, pernas e pé, com dois projéteis ainda alojados em seu corpo.
O estado de saúde dele é estável, e ele foi transferido para um hospital particular, lúcido e respirando sem ajuda de aparelhos.
A cirurgia contou com a participação de 18 profissionais, incluindo ortopedistas, anestesistas, cirurgiões gerais, cirurgião vascular, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
O Hospital Municipal Lourenço Jorge possui uma “sala vermelha” equipada com aparelhos de UTI, permitindo o tratamento de traumas e hemorragias. Devido à perda de sangue, o médico precisou receber transfusões. Uma das lesões mais graves foi no intestino devido ao impacto em uma artéria.
Além de tratar as perfurações, os médicos também avaliam lesões próximas à área atingida pelo projétil, devido à dissipação de energia. É importante monitorar de perto pacientes feridos por armas de fogo devido ao risco de infecções causadas por detritos que podem entrar no ferimento.
Os médicos que foram mortos no ataque no Rio de Janeiro receberam cerca de cinco tiros cada, a maioria no peito. Acredita-se que o crime possa ter sido um engano, pois uma das vítimas, o ortopedista Perseu, se assemelhava ao miliciano Taillon, que mora na área.
O diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP, Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, foi a única vítima que levou um tiro acima do pescoço e morreu no local.