15 argentinas são salvas de prostituição forçada em Cancún, no México

Atualizado em 22 de maio de 2024 às 13:48
17 vítimas de prostituição forçada foram resgatadas no México. Foto: reprodução

No dia 14 de maio, uma jovem argentina enviou uma mensagem desesperada para a Procuradoria-Geral do estado mexicano de Quintana Roo, denunciando sua situação e a de outras mulheres mantidas em cativeiro em um bar chamado La Consentida, em Playa del Carmen. “Promotores, me ajudem. Quero denunciar que fugi de um inferno ou, como dizem aqui, um bar chamado La Consentida, onde me prostituíam contra minha vontade”, iniciou a denúncia.

Graças a essa denúncia, três dias depois, ela e mais 16 mulheres foram resgatadas de uma rede de tráfico de pessoas que as explorava sexualmente nas praias do Caribe mexicano. A operação de resgate foi conduzida pela Procuradoria-Geral de Quintana Roo e pela Guarda Nacional do México, que libertaram as 17 vítimas, sendo 15 argentinas e duas mexicanas.

“Não conheço esta cidade porque sou da Argentina, mas sei que as ruas são Constituyentes e Carretera Federal. Peço que ocultem meu telefone porque temo por minha vida. Há três meninas de 12 ou 13 anos. Elas estão sendo prostituídas, é horrível. Somos 15 meninas a quem tiraram os passaportes, mas consegui escapar. Por favor, nos ajudem”, concluiu a vítima.

O governo argentino, por meio de sua área especial de combate ao tráfico de pessoas, que depende do Ministério da Segurança, imediatamente se mobilizou. Em coordenação com as autoridades judiciais mexicanas, eles prestaram assistência às vítimas, que estão sob os cuidados do consulado argentino em Cancún.

Segundo um comunicado oficial, a operação foi coordenada pela Procuradoria Especializada no Combate ao Crime de Tráfico de Pessoas, que liderou a equipe que realizou a busca em um imóvel na Avenida Constituyentes, próximo à estrada federal Cancún-Tulum.

Vítimas eram atraídas por ofertas de trabalho em Cancún. Foto: reprodução

Durante a operação, três mexicanos foram detidos: Luis Alfredo Rangel Lobato, Emmanuel Gueva Cordero e Ángel Alberto Ake Fuentes. Eles estão sendo acusados por tráfico de pessoas e exploração sexual. A investigação revelou que as jovens argentinas foram recrutadas por meio de ofertas de emprego falsas divulgadas no Facebook e WhatsApp, prometendo trabalho em hotéis de luxo na região de Cancún, Tulum e Playa del Carmen.

Ao chegarem ao México, seus passaportes eram confiscados e elas eram obrigadas a trabalhar no bar La Consentida, onde eram exploradas sexualmente. Além disso, eram forçadas a pagar uma taxa de manutenção, mantendo-as em um ciclo de dependência e exploração.

As vítimas resgatadas têm entre 20 e 32 anos e vêm de diversas regiões da Argentina, incluindo Buenos Aires, Chaco, Tucumán, Salta e Mendoza. A maioria delas estava em situação de vulnerabilidade econômica, o que facilitou o aliciamento pelos traficantes. Entre as resgatadas, algumas possuem ensino médio completo e outras possuem formação superior.

Após o resgate, as vítimas receberam assistência médica e foram alojadas em diversas casas de segurança em Playa del Carmen, sob a proteção da Procuradoria de Quintana Roo.

O Comitê Executivo para o Combate ao Tráfico e Exploração de Pessoas da Argentina, liderado por Verônica Toller, está em contato constante com as autoridades mexicanas para garantir a proteção e apoio necessário às jovens. O consulado argentino em Cancún, liderado pelo cônsul Lautaro Filchtinsky, também está prestando suporte.

As autoridades mexicanas e argentinas informaram que as investigações continuam, com um trabalho conjunto para identificar e prender outros envolvidos na rede de tráfico. Novas ordens de prisão são devem ser emitidas nos próximos dias.

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