Em nome de sua integridade moral, alguém deveria pedir a Ciro Gomes que parasse de falar ou se mudasse de vez para Paris.
Ciro pediu a Lula que tenha a “generosidade” de não disputar a eleição no ano que vem.
Tudo em nome de uma “aliança ampla” que seria salvadora do país — na verdade, em nome dele mesmo, evidentemente.
“A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é uma grande liderança brasileira. Mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou do Evo Morales na Bolívia”, falou num debate virtual sobre a reforma administrativa organizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros.
“E olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina em que, tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar”.
Lula impediria, segundo ele, “uma grande reconciliação entre todos nós”.
“A direita brasileira vai largar o Bolsonaro ao mar e vai tentar se reciclar aí com uma carinha qualquer e vão fazer propaganda”, disse Ciro, candidatíssimo a ser esse “carinha”.
Isso se resume ao seguinte: medo de perder. Pavor de ser derrotado.
É isso que se avizinha e ele sabe.
Na mais recente pesquisa XP/Ipespe, Lula aparece em empate técnico com Jair Bolsonaro, com um ponto à frente: 29% a 28%.
O presidente da República era líder isolado no primeiro turno. A canoa virou.
Sergio Moro, que chegou a 18% em abril de 2020, hoje tem apenas 9 pontos — empatado exatamente com Ciro.
Luciano Huck tem apenas 5 pontos, Doria e Mandetta, míseros 3.
Somados, Ciro e seus amigos que assinaram o manifesto pela consciência democrática não chegam ao número de Lula.
Por que ele mesmo não desiste em nome de um bem maior e apoia o único capaz de vencer o genocida?
Ora. Mas aí já e demais.