O texto abaixo foi publicado originalmente no site El País. O autor, Alek Boyd, trabalhou em 2006 como assessor de campanha do então líder oposicionista venezuelano Manuel Rosales.
Não eram poucas as interrogações que existiam sobre a viabilidade do chavismo. Especulava-se. Dizia-se que “uma vez que não esteja Chávez isto cai como um castelo de cartas”.
O chavismo sem Chávez, como passou a se chamar essa figura, era algo que existia na bruma do futuro. Intangível e insondável. A crença era de que só Chávez tinha o carisma, a ascendência e presença para carregar seu movimento político nas costas.
Durante sua vida, ninguém lhe fez sombra na política venezuelana, muito menos dentro do chavismo. Os colaboradores que manteve a seu redor eram vistos como simples fofoqueiros, garotos de recado, indivíduos sem poder nem discernimento para tomar decisões de relevância alguma.