Publicado originalmente no blog do autor
Por Fernando Brito
Dois dias antes de completar-se um ano de pandemia – a primeira morte oficialmente reconhecida como consequência da Covid-19 foi em 25 de fevereiro de 2020 – chegamos aos 250 mil mortos.
A média móvel semanal, 1.124 óbitos, é a maior já registrada e o número de casos diagnosticados, acima de 66 mil, projetam que os próximos dias continuarão sendo de aumento.
Incrível como nos acostumamos – e parte do mundo também – a tamanho morticínio.
Para tornar mais palpável: são mais de três aviões fatais como aquele da TAM, que se incendiou em São Paulo, matando todos os passageiros, a cada um dos 365 dias (2020 foi bissexto) da data inicial da pandemia em terras brasileiras.
Não temos vacina e, pior, não temos mecanismos de defesa social contra a doença.
Um ano de politização estúpida do enfrentamento da Covid, meses de charlatanismo com a recomendação oficial de cloroquina, dúzias de aparições presidenciais, sem máscara, com um bando de puxa-sacos, como a de hoje, na posse do carlista João Roma, no Ministério do Bolsa Família.
Aquele bando – perdoem a rudeza – de babacas e de filhos da puta é o retrato das classes dominantes deste país que, chova ou faça sol, não importa que os brasileiros morram como moscas, estão fazendo seus jogos de poder e esperteza.
Não é possível aceitar pacificamente este absurdo. Não há diálogo possível com quem se acumplicia a este genocídio.