Quase metade dos senadores que votarão a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao STF (Supremo Tribunal Federal) já foi alvo de inquérito ou de processo criminal conduzido pela corte. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
O escolhido de Lula para ocupar a vaga deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski no tribunal, após ele se aposentar em abril deste ano, é o advogado Cristiano Zanin. No entanto, para ser confirmado, ele precisa passar pela aprovação do Senado.
Vale destacar que parte do Senado foi renovada neste ano após as eleições de 2022. Ainda assim, ao menos 35 dos 81 senadores, o que corresponde a 43% do total, tiveram ou ainda têm algum inquérito criminal aberto contra si no Supremo.
Boa parte desses procedimentos continua em tramitação e aguarda decisões dos ministros para que sua continuidade seja definida. Também existe uma série de ações da área cível relacionadas a senadores que aguardam análise de integrantes do Supremo.
Dois senadores são réus em ações penais em curso por acusação de crime contra a honra: Jorge Kajuru (PSB-GO) e senador bolsonarista Magno Malta (PL-ES).
Kajuru teve acusações aceitas por injúria e difamação em processos movidos pelo também senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e pelo ex-deputado Alexandre Baldy (PP-GO). Já Malta se tornou réu por calúnia por ter afirmado, em um evento de bolsonaristas, que o ministro Luís Roberto Barroso “batia em mulher”.
Além deles, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) tem cinco inquéritos abertos no Supremo contra ele, em geral oriundos da Operação Lava Jato. O senador Chico Rodrigues (PSB-RR) também é alvo de inquérito. Em 2020, ele foi flagrado com dinheiro na cueca em uma operação da Polícia Federal (PF).
O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), que faz oposição ao governo Lula, também está entre um dos investigados em inquérito que tramita no STF, assim como o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR), investigado no âmbito no Supremo em um caso relatado por Moraes.