A maioria das pessoas assassinadas no Brasil é negra, segundo pesquisa Atlas da Violência divulgada nesta terça (5). O levantamento aponta que a taxa de mortes entre esse grupo é o triplo do registrado entre o resto da população.
De acordo com a pesquisa, oito em cada 10 vítimas de homicídio no Brasil em 2021 eram negras. No total, eles foram 79% dos 47,8 mil mortos. O levantamento é feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O número é maior do que a proporção de pessoas negras no país, já que dados da Pesquisa Nacional por Amostra (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 56% dos brasileiros se declaram pretos ou pardos.
Apesar da taxa, o número teve uma queda em relação a 2020, quando 38.274 pessoas negras foram mortas. Houve uma redução de 3,5% no período, menor do que a queda no total da população, que caiu 4,1%.
Em 2021, segundo o Atlas, a taxa de homicídios chegou a 31 casos a cada 100 mil habitantes negros, contra 10,8 casos de não negros (amarelos, brancos e indígenas).
As taxas de assassinato de pessoas negras são maiores no Amapá (60,7), Bahia (55,7) e Rio Grande do Norte (48,9). Em contrapartida, os estados com os menores números são São Paulo (8,1), Santa Catarina (13) e Minas Gerais (14,9).
O relatório do Atlas também abordou a violência contra idosos, cujo número de notificações de violência saltou 170% entre 2011 e 2021. Assim como ocorre na taxa geral de homicídios, a população de idosos negros apresenta índices superiores de mortes por agressão em relação a idosos não negros.