Há 211 simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que ainda estão em duas unidades prisionais por supostamente atuarem nos atos terroristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro. Desses bolsonaristas, 147 são homens e 64 mulheres.
Um levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que, seis meses após os ataques na capital federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) já analisou 1.290 denúncias, pouco mais de 90% das 1.390 apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em todos os julgamentos as denúncias foram aceitas e os investigados viraram réus.
As denúncias já analisadas pelo STF envolvem dois grupos. Os bolsonaristas que foram presos em flagrante dentro do Palácio do Planalto, do Congresso ou do STF são apontados como executores dos atos. Já os apoiadores do ex-capitão detidos na manhã do dia seguinte, no Quartel-General do Exército, são acusados de atuar como incitadores.
Até agora foram oito blocos de denúncias, analisando até 250 casos de uma vez. Apesar de cada caso ser analisado de forma individualizada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) adotou uma espécie de padrão nas denúncias, para casos semelhantes, o que foi repetido nos votos do relator, Alexandre de Moraes, e dos demais ministros.
Em relação a investigações contra parlamentares, foram abertos inquéritos contra três deputados federais: André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Sílvia Waiãpi (PL-AP). A Polícia Federal (PF) apontou que Fernandes teria cometido incitação ao crime, enquanto Tércio e Waiãpi teriam cometido crime de opinião. Investigações sobre os financiadores e sobre a suposta omissão de autoridades do Distrito Federal ainda não geraram denúncias.
Já na área cível, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou sete ações pedindo o ressarcimento dos danos causados na destruição das sedes dos Três Poderes. Os alvos são 250 pessoas, três empresas, uma associação e um sindicato que foram presas ou que são apontadas como financiadoras dos atos.