A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias sobre a invasão da Praça dos Três Poderes minutos antes do ataque. Segundo o órgão, foi avisado que “forças de segurança policiais e militares” não iriam confrontar os terroristas. A informação é da Folha de S.Paulo.
No alerta, enviado às 13h40 daquele dia, a Abin disse que os manifestantes se pintavam como se fossem para “um combate”. “Iniciado o deslocamento para a Esplanada. Há discursos inflamados com pessoas pintando o rosto como se fossem para um combate. Há entre manifestantes relatos de que as forças de segurança policiais e militares não irão confrontá-los”, diz o comunicado.
A mensagem consta em documento mantido sob sigilo e enviado à CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência) do Congresso Nacional no dia 20 de janeiro. O relatório é um compilado de mensagens trocadas pelo WhatsApp entre os dias 2 e 8 de janeiro.
As mensagens enviadas pela Abin foram destinadas a 13 órgãos ligados ao Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) e ao então ministro do GSI. Em depoimento à Polícia Federal, GDias afirmou que houve um “apagão” na inteligência e que não sabia qual era a classificação de risco na ocasião.
Na tarde do dia 8 de janeiro, foram enviados três avisos ao então ministro-chefe do GSI. O primeiro, às 12h05, dizia que os terroristas iriam para a Esplanada às 13h. Pouco depois, a Abin informou ter identificado “discurso radical de vândalo com perfil já conhecido com ânimo exaltado”.
A última mensagem foi enviada somente ao ministro e alertou que forças de segurança poderiam ser coniventes com os bolsonaristas.