8 de janeiro: diretor-geral da Abin diz que sistema de inteligência do país estava ‘caótico’

Atualizado em 2 de outubro de 2023 às 8:55
O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correia. Foto: Reprodução

Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, diz ter encontrado um ambiente “caótico” nos atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro:

(…) Qual foi a falha da Abin no 8 de janeiro?

O sistema estava caótico. Não tinha uma lógica, um funcionamento adequado. É o sistema como todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era órgão central?

O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correia
O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correia — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Lula disse que nenhuma inteligência serviu para avisá-lo sobre o risco dos atos golpistas. O senhor concorda?

Ele estava lá. Se ele acha que não chegou, é porque tem as razões dele. Sistemicamente, a inteligência não funcionou. (…)

O país não tinha informação de inteligência confiável?

As informações estavam claras, mas o funcionamento era caótico. Não vou tornar público meu diagnóstico. Vou fazer as correções. Desenhamos a solução, foi discutida e houve anuência do presidente. Agora, temos um projeto para botar isso para funcionar. (…)

Na prática, o senhor visualiza uma Abin mais poderosa em termos de inteligência?

Precisamos de uma Abin compatível com o peso do Brasil na geopolítica. Quero que a agência cumpra o seu papel.

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