Da campanha eleitoral de 2018 até a de 2022 à reeleição, o agronegócio tem sido um dos principais financiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Das dez maiores doações privadas a Bolsonaro registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até a última sexta-feira (2), oito partiram de empresários do setor.
O maior doador individual até o momento é o ex-piloto Nelson Piquet, que injetou R$ 501 mil na campanha de Bolsonaro. Piquet é uma das poucas exceções entre os grandes investidores; a maioria do grupo é de fazendeiros ou empresários do ramo, como fabricantes de máquinas agrícolas.
Entre os presidenciáveis, Bolsonaro é o que mais recebeu doações privadas até o momento. O montante de R$ 4,6 milhões arrecadado por ele é mais de sete vezes superior à soma de todos os outros candidatos ao pleito.
Até o momento, o PL declarou ter usado na campanha presidencial apenas R$ 90 mil do fundo eleitoral, recurso que a legenda tem para dividir entre suas candidaturas. Até o final da campanha, o PL terá R$ 286,7 milhões do fundo eleitoral à disposição para serem utilizados em todas as suas candidaturas.
O estado de Mato Grosso, por sua vez, é onde estão os seis dos dez maiores financiadores da campanha bolsonarista. Apesar do domínio mato-grossense, o segundo maior doador, depois de Nelson Piquet, é o gaúcho Gilson Lari Trennepohl, vice-prefeito de Não-me-Toque (RS), município de 18 mil habitantes a 289 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre. Trennepohl é dono da Stara, uma fabricante de máquinas agrícolas.
Além de doar R$ 350 mil à campanha de Bolsonaro, o vice-prefeito distribuiu R$ 575 mil a outras sete candidaturas dos ex-ministros de Bolsonaro Onyx Lorenzoni (PL), que recebeu R$ 300 mil para sua campanha a governador, e Osmar Terra (MDB), que ganhou R$ 50 mil para tentar uma vaga de deputado federal.