Duas matérias publicadas quase simultaneamente trazem críticas a Lula com a contribuição milionária de fogo amigo do PT. A primeira é de Thomas Traumann, ex-assessor de Palocci e porta-voz de Dilma, e foi publicada no Poder360.
Traumann gasta muito latim para cravar que a campanha de Lula está “paralisada” e “não funciona” porque o ex-presidente é centralizador.
“Nas últimas semanas, conversei com 8 ex-ministros dos governos Lula”, escreve Traumann. “O clima interno é ruim”, diz ele. Enquanto isso, “Bolsonaro vai reduzindo a distância nas pesquisas”.
Lula não ouve ninguém, segundo Traumann, que gostaria, evidentemente, que o petista o ouvisse. Quem sabe numa boquinha agora ou no ano que vem.
No Uol, “integrantes do PT, ex-ministros e amigos próximos de Lula” relataram um cenário de inércia e de puro pesadelo. Lula — de novo — “centraliza boa parte das decisões”.
Em resumo, o homem faz tudo errado, a desgraça é iminente e a solução está nas mãos dos iluminados anônimos que falaram com jornalistas com uma mão no volante e outra no carinho.
Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, mandou ao DCM suas impressões:
“As críticas são injustas e injustificadas. Não há, no país, nenhuma outra liderança política com uma agenda de compromissos tão intensa quanto a do ex-presidente Lula. E nem precisamos fazer comparações com Bolsonaro, que, como se sabe, pouco trabalha.
Em poucos meses, respeitando os cuidados sanitários, Lula circulou o Brasil, promovendo encontros com lideranças políticas de diversos partidos do campo democrático, costurando alianças e palanques em diversos Estados e ouvindo lideranças de inúmeros segmentos e movimentos sociais.
Lula foi, também, recebido com honras merecidas de Chefe de Estado nas principais democracias do mundo (Espanha, França, Alemanha, México, Argentina).
No mais, ele respeita a legislação eleitoral e a liturgia dos partidos , e, por isso, todos os seus movimentos são calculados e cuidadosos. Precisamos aguardar as reuniões entre PT, PSB e demais partidos aliados.
De toda sorte, já estamos ocupando as ruas para defender o nosso legado e o nosso projeto político para tirar o país da miséria e do obscurantismo.
Todas as suas falas são analisadas palavra a palavra, e muitas vezes são retiradas do contexto para dar amparo à críticas imerecidas. Lula sempre defendeu o diálogo e a tolerância e nunca estimulou qualquer tipo de violência”.