Num entrevista de 2000 à revista Istoé Gente, Jair Bolsonaro defendeu que o aborto deveria ser decisão do casal e admitiu ter sugerido à sua esposa na ocasião, Ana Cristina Valle, que não prosseguisse com a gestação de Jair Renan.
O Zero Quatro tem uma saída para evitar sua destruição psíquica e a cadeia: contar tudo o que sabe numa delação premiada. Bolsonaro avisou o rapaz que não quer se envolver no inquérito que ele enfrenta na Polícia Federal. Pediu-lhe também que tente manter “equilíbrio psicológico” para enfrentar a imprensa.
Num encontro com pastores no Planalto, rifou-o de maneira vergonhosa.
“O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, mas recebo ele de vez em quando aqui”, falou.
“Tem a vida dele, não vou dizer se está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja. Mas isso é o tempo todo, é 24 horas por dia”.
Esse é o defensor da família. Ao invés de educar Jair Renan no sentido de não praticar tráfico de influência e fazer besteira, culpa a mãe.
A primeira entrevista do “moleque” a uma jornalista amiga — Débora Bergamasco, do SBT — foi uma tragédia e uma sucessão de mentiras.
Ao lado do advogado da família, Frederico Wassef, Jair Renan se enrolou para tentar explicar sua relação com o personal trainer e ex-parceiro de negócios Allan Lucena.
A PF investiga se, em novembro de 2020, Jair Renan trabalhou para que o grupo empresarial Gramazini arrumasse reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para tratar de um projeto de construção de casas populares.
Um dos benefícios seria um carro elétrico de R$ 90 mil dado a Lucena.
Jair Renan é vítima do pai. Como ser normal sendo cria desse Cronos do Planalto? Os meio-irmãos não gostam dele, a madrasta Michelle o despreza, o velho o considera um estorvo.
Veja o caso de Frank Calabrese Jr., filho de um dos mais famosos mafiosos dos EUA.
Envolvido nos negócios paternos, ele um dia decidiu que não queria mais ser bandido. Estava casado e tinha duas crianças.
Virou informante do FBI e, secretamente, gravou depoimentos do pai confessando seus crimes. A gota d’água foi um encontro em que o Calabrese Sênior colocou uma arma em sua cara numa garagem escura e lhe sussurrou: “Prefiro você morto do que me desobedecendo”.
Frank Calabrese cumpre pena de prisão perpétua em uma cadeia americana, condenado por treze assassinatos. Júnior vive no Arizona e escreveu um livro com sua história.