“Malafaia, vai procurar uma rola, vai. Não me encha o saco. Você é um idiota, um paspalhão, um pilantra, tomador de grana de fiel, explorador da fé alheia. Você gosta é muito de palanque, eu não vou te dar palanque porque tu é um otário”.
Em 2015, Ricardo Boechat ficou famoso ao falar no rádio uma verdade ancestral, em tom de malandro carioca, a uma das figuras mais execráveis da vida pública brasileira.
Silas Malafaia havia externado seu descontentamento com jornalista depois que ele atribuiu as pedradas que uma menina recebeu ao sair de uma festa do candomblé à pregação odienta de evangélicos.
A resposta de Boechat motivou um ataque histérico do pastor, que o desafiou para um debate e avisou que iria processá-lo.
Boechat não esperou o oficial de Justiça e deu a Malafaia uma cacetada antológica.
Sete anos depois (olhaí o número cabalístico), o religioso aliado de Bolsonaro está prometendo tocar o terror nas manifestações de 7 (eita) de Setembro. Gravou um vídeo chamando Alexandre de Moraes de “desgraçado”, dizendo que seus fiéis vão fazer “justiça”.
O que isso significa? Justiça pelas próprias mãos? Vão linchar os ministros do STF? Se um bolsonarista resolver dar um tiro em Copacabana e matar alguém em nome de Malafaia, ele precisa responder. Ou vai se esconder atrás da Bíblia?
Ainda é tempo de Silas Malafaia atender a recomendação de Boechat e encontrar o que lhe falta há décadas.