89% reprovam os atos golpistas de 8 de janeiro, diz Quaest

Atualizado em 7 de janeiro de 2024 às 8:58
Atos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. (Foto: Reprodução)

Uma recente pesquisa da Genial/Quaest revelou que, um ano após os eventos de 8 de janeiro, 89% dos entrevistados expressam desaprovação em relação aos atos terroristas, marcando uma queda de cinco pontos percentuais desde fevereiro do ano anterior, quando esse índice era de 94%.

Os participantes que endossam os atos agora totalizam 6%, comparados aos 4% registrados em fevereiro de 2023. Este levantamento abrangeu 2.012 entrevistas presenciais realizadas entre os dias 14 e 18 de dezembro entre brasileiros com 16 anos ou mais em todos os estados, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

A desaprovação em relação aos eventos é consistente em todo o país, com percentuais semelhantes nas regiões: Nordeste (91%), Sudeste (89%), Sul (87%), Centro-Oeste e Norte (90%). Esses números também se mantêm em torno de 90% ao considerar a escolaridade, renda e faixa etária dos entrevistados.

Ao analisar os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), observa-se uma taxa de desaprovação de 85% e aprovação de 11%, enquanto aqueles que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno mostram uma desaprovação de 94% e aprovação de 4%.

“Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, comemorou Felipe Nunes, diretor da Quaest, no X, antigo Twitter.

Influência de Bolsonaro nos atos

A pesquisa revela divisão de opiniões sobre a influência de Bolsonaro nos atos golpistas: 47% acreditam que ele teve alguma influência, enquanto 43% discordam.

Em relação aos eleitores de Lula, 76% acreditam na influência de Bolsonaro, enquanto 81% dos que votaram no ex-presidente discordam.

Mais da metade (51%) dos entrevistados considera os participantes dos eventos como radicais, não representando os eleitores de Bolsonaro, enquanto 37% acreditam que esses atos refletem os eleitores do ex-presidente.

“No Brasil, para que os índices de apoio às invasões continuem baixos não se deve partidarizar o assunto. É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, já que se trata de um problema do Estado brasileiro. É a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia que estão em jogo neste caso”, afirmou Felipe Nunes.

Os dados de aprovação das invasões e a percepção sobre a influência do ex-mandatário brasileiro refletem mudanças significativas em comparação com o levantamento de fevereiro do ano passado.

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