Originalmente publicado em PRENSA LATINA
Um total de 894 membros de aldeias indígenas são registrados hoje mortos por Covid-19, causados pelo coronavírus SARS-CoV-2, segundo o mais recente relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Em seu reajuste, a APIB também revela que 42.192 indígenas foram confirmados com a doença e 161 de seus municípios são afetados pelo patógeno.
Detalha que tais cifras de óbitos e infecções representam o total dos dados informados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e apurados pela Comissão Nacional de Vida e Memória Indígena.
No entanto, a contagem do Ministério da Saúde contabiliza até o momento 36.124 contaminações entre comunidades indígenas. O governo também contabiliza 501 mortes.
A diferença entre os dígitos apresentados pela administração federal e a APIB decorre dos critérios adotados por cada um.
Nesse caso, a carteira de saúde não contabiliza a infecção pelo vírus entre quem não mora na cidade e se está em contexto urbano.
A associação destaca que o primeiro caso de contaminação em suas comunidades foi o de uma menina de 20 anos do povo Kokama, no dia 25 de março, no município amazônico de Santo Antônio do Içá.
Em seu site, a APIB afirma que a falta de transparência dos dados da Sesai impede a identificação de muitas cidades onde ocorreram as perdas humanas.
Para a APIB, além da Covid-19, as ameaças aos povos indígenas são muitas e se intensificam com a negligência e agressões do governo do presidente Jair Bolsonaro.
“As tentativas de mudança legislativa, o discurso de ódio, o racismo institucional e o avanço do agronegócio sobre os territórios caracterizam a relação do governo federal com os indígenas brasileiros”, destaca.