Deprimido, Bolsonaro poderia optar por uma saída honrada antes de ser preso: suicídio

Atualizado em 17 de novembro de 2022 às 19:44
Bolsonaro deprimido

Jair Bolsonaro não se recuperou da derrota para Lula ocorrida há três semanas.

Está deprimido e, segundo Mourão, tem uma ferida na perna. Fala-se em erisipela.

É um homem fraco de caráter. A grandeza é demonstrada na queda, muito mais do que na vitória. Graça sob pressão, como dizia Hemingway.

Não se presta nem sequer a dirigir uma palavra às multidões acéfalas que acampam diante de quartéis em seu nome. Daqui a pouco os zumbis encontram outro líder.

É um cadáver insepulto, sem serventia, morrendo de terror da cadeia.

Caso estivéssemos na Roma antiga, Bolsonaro poderia ser induzido a um suicídio. Essa era a alternativa mais comum quando um notável se encontrava em apuros insolúveis.

O método mais popular era praticado dentro de casa. O sujeito entrava numa banheira quente e abria os pulsos verticalmente, deixando que o sangue esvaísse e a natureza seguisse seu curso.

(Essa foi a saída escolhida pelo mafioso delator Pentangeli no “Poderoso Chefão”, aliás).

A maioria dos políticos preferia isso à condenação oficial e posterior execução ou exílio.

Segundo o historiador Tácito, os últimos anos de Tibério foram pródigos nesse tipo de ocorrência.

“Por medo do carrasco preferiam morrer assim, e também porque, aos condenados, recusava-se sepultura e os bens eram confiscados, enquanto que aos que tiravam a própria vida respeitava-se o testamento e dava-se sepultura ao corpo como recompensa”, escreveu.

Sêneca, tutor de Nero, e Petrônio, escritor, abriram as veias.

Outros preferiram algo mais dramático: o general Quintílio Varo, ao se ver cercado pelos germanos em Teutoburgo, cravou a espada em si mesmo.

Derrotado por Otávio após o assassinato de Júlio César, Marco Antônio fez a mesma coisa. Cleópatra, sua amante, se deixou picar por uma áspide.

O imperador Otão, que reinou por três meses, foi formidável. Em meio a uma guerra civil, cansado da anarquia, juntou seu exército e fez um discurso solene, declarando: “É mais justo um morrer por todos que todos por um”.

Retirou-se em seguida para sua barraca e deu cabo da existência.

Mas estamos falando de outro tempo e tipo diverso de homens públicos. Bolsonaro preferiu mandar os brasileiros para a morte por covid-19. 

Um homem com medo da prisão é um homem morto. Falta enterrar. Por enquanto, quem sente o cheiro da decomposição é Michelle.