O assassinato do soldado da rota, Patrick Bastos Reis, seguido de ao menos 12 mortes no Guarujá, no litoral paulista, deixou um rastro de sangue e medo na Vila Baiana, segundo relatos dos moradores da região. As informações são do UOL.
Após sair de casa para comprar cigarro, segundo o relato de parentes e vizinhos, o vendedor ambulante Felipe Vieira Nunes, teria sido torturado e assassinado por policiais da Rota na noite da última sexta-feira (28). “Ouvimos tiros. Ele só gemia de dor e implorava por ajuda”, disse uma mulher.
“Depois de uns cinco minutos, teve tiro de novo. Aí, os policiais entraram na minha casa para tirar as balas que estavam no muro. Eles ficavam perguntando se a gente tinha visto ou ouvido alguma coisa”, completou ela. “Todo homem que mora aqui agora virou suspeito”.
Um outro ambulante da região disse: “Ouvi gritos e o desespero dele, pedindo socorro. Ele era trabalhador e não tinha arma. Tenho certeza que ele não reagiu. Ele ficava com medo quando via a polícia. A gente não consegue mais dormir em casa em paz”.
Uma catadora de recicláveis, no entanto, contou que policiais invadiram a sua casa horas antes da morte de Felipe e ameaçaram matar os seus dois filhos. Ela disse ter procurado a Polícia Civil para registrar ocorrência, mas informou ter sido desaconselhada pelos investigadores, que teriam se comprometido a “advertir” os PMs.
“Eles iriam matar os meus filhos na minha frente. Nós estamos abrindo as portas para eles. Mas eles estão vindo para nos matar”, afirmou a catadora de recicláveis.
Um ajudante de pedreiro disse também ter permitido a entrada dos PMs na sua casa, mas passou a ser hostilizado após ter dito que já tinha sido condenado por uma tentativa de roubo em 2011. “Ele [policial] se alterou e disse que daria um tiro na minha cara na frente da minha filha. A situação só não piorou porque a minha mãe estava ali. Eles estão subindo o morro com ódio”, ressaltou.