A convocação do fotógrafo Adriano Machado, da agência de notícias Reuters, para depor na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro gerou confusão entre parlamentares. Ele foi alvo de campanha de fake news criada por bolsonaristas de que teria sido um infiltrado no ataque terrorista. A informação é da coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo.
O presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), se colocou como responsável pelo requerimento e se comprometeu com o encaminhamento de sua convocação na pauta da CPMI. Parlamentares da base governista reclamaram e disseram que a convocação de um jornalista que fazia seu trabalho não tem cabimento.
Mesmo assim, o colegiado aprovou sua convocação, que foi pautada por Maia.
Bolsonaristas perseguiram Machado por registrar a invasão da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. Segundo eles, o fotógrafo fez parte de uma “encenação” do PT durante o ataque. O próprio filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), coordenou a fake news nas redes, sugerindo que ele fez uma “gravação de cinema” com “atores”.
A convocação de Machado foi aprovada junto com a oitiva do hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela Vaza Jato e preso nesta quarta (2) por invadir sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pedido de Carla Zambelli (PL-SP).
A pauta da sessão de hoje da CPMI ainda gerou outra confusão entre Duda Salabert (PDT-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG), que discutiram e trocaram empurrões antes da reunião do colegiado.