Mauro Cid tentou vender Rolex de R$ 300 mil recebido da Arábia Saudita, mostram e-mails

Atualizado em 4 de agosto de 2023 às 11:11
O tenente-coronel Mauro Cid – Foto: Alexandre Cassiano

A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro analisa e-mails do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negociando um relógio da marca Rolex recebido em uma viagem oficial. A informação é do jornal O Globo.

Segundo o material em posse da comissão, em 6 de junho de 2022, o bolsonarista recebeu um e-mail em inglês de uma interlocutora. “Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui”, disse ela.

“Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”.

Por que Cid respondeu sobre joias e calou sobre a fraude nas vacinas
Mauro Cid e Bolsonaro – Foto: Reprodução

Cid, por sua vez, disse que não possuía o certificado do Rolex, pois “foi um presente recebido durante uma viagem oficial”. O militar também afirmou que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil, em cotação atual). Os e-mails não detalham o contexto do recebimento do relógio.

Em outubro de 2019, durante uma visita à Arábia Saudita, Bolsonaro recebeu um conjunto de joias, composto por um Rolex, um anel, uma caneta e um rosário islâmico, do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. O item de luxo, no entanto, foi devolvido pela defesa do ex-capitão em abril deste ano.

Vale destacar que Mauro Cid tentou reaver o conjunto de joias em posse do Fisco no fim do ano passado, antes do ex-mandatário deixar o poder e embarcar para os Estados Unidos, dias antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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