Torres diz que não era possível prever destruição do 8 de janeiro: “Só se caísse uma bomba”

Atualizado em 8 de agosto de 2023 às 16:16
Anderson Torres na CPMI. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que o planejamento de segurança para o 8 de janeiro não indicou risco de ruptura ou eventos terroristas. Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os ataques, ele afirmou que os danos só chegariam àquele patamar “se caísse uma bomba”.

Torres era secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal na data e viajou para os Estados Unidos às vésperas do ataque, na sexta (6). Na ocasião, de acordo com ele, os acampamentos golpistas “estavam praticamente desmontados” e a secretária de Desenvolvimento Social fazia planos para “tirar os vulneráveis e os moradores de rua” antes dos acampamentos serem completamente fechados.

“Essa foi a imagem que eu viajei com ela na cabeça, de pouquíssimas pessoas naquela sexta-feira, dia 6, nos acampamentos, eu jamais ia imaginar que aquilo ia acontecer, que aquilo ia virar de novo e se tornar o 8 de janeiro. Quando eu viajei não havia informação de inteligência”, afirmou Torres na oitiva.

Ele disse ter deixado um Plano de Ações Integradas (PAI) na data e afirmou que o ataque terrorista de 8 de janeiro não teria ocorrido se a Praça dos Três Poderes tivesse sido isolada.

“Se a Praça dos Três Poderes estivesse realmente isolada, não teria acontecido isso, senadora. Eu fui secretário de Segurança aqui durante dois anos e três meses, e eu digo à senhora com experiência que não teria acontecido”, afirmou à senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado.

Torres relata que viajou “extremamente tranquilo” na ocasião, já que assinou plano de segurança e acreditava que os acampamentos estavam quase desmontados.

“Eu viajei extremamente tranquilo por esses dois fatores. Primeiro, as imagens do acampamento daquele dia e, segundo, o PAI que ficou assinado com as determinações para as instituições e órgãos e agências trabalharem no dia do 8 de janeiro”, prosseguiu.

Torres depõe à CPMI nesta terça (8). Ele é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão na montagem do esquema de segurança no dia dos ataques.

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