Um em cada cinco disseminadores de notícias falsas no país é político. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, abriga quase metade dos parlamentares identificados, segundo levantamento feito pelo UOL.
A pesquisa foi realizada a partir de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além do relatório final da CPI da Covid-19. Cerca de 480 ações e inquéritos sobre fake news foram analisados.
De acordo com o UOL, o levantamento foi feito no âmbito da investigação “Mercenários Digitais” sobre fake news na América Latina. A pesquisa contou com a participação da Agência Pública, além de outros 18 veículos latino-americanos e quatro organizações especializadas em investigação digital, sob a liderança do Centro Latino-americano de Investigação Jornalística (Clip).
A pesquisa identificou 314 propagadores de notícias falsas, sendo 270 pessoas físicas e 44 pessoas jurídicas e órgãos do governo. “Nessas decisões, constam sanções que incluem cassação de mandato, ordem de busca e apreensão, retirada de conteúdo falso das redes sociais, bloqueio de contas bancárias e de perfis, além de desmonetização de canais no YouTube e multas”, informou o site.
A lista inclui 70 políticos, 37 empresários, 21 integrantes ou que fizeram parte da administração pública, oito empresas públicas ou órgãos do governo, dois partidos e dois movimentos políticos. Há ainda 142 pessoas, que vão desde juízes a influenciadores e jornalistas como Alexandre Garcia, Alessandro Loiola, Rodrigo Constantino e Guilherme Fiúza.
Dos 70 parlamentares, 34 são do PL. O que corresponde a 49% dos políticos identificados no levantamento.
Nos últimos quatro anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o maior foco de desinformação nas redes sociais. O petista foi atacado por 112 pessoas e empresas.
Lula recebeu ataques de páginas como Brasil Paralelo, Jovem Pan e Folha Política, além de famosos como Milton Neves e Latino.
O STF e seus ministros também estiveram na mira dos propagadores de fake news. Ao todo, 46 pessoas foram penalizadas ou são investigadas por atacar a Corte. Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Edson Fachin foram vítimas citadas nominalmente.