Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelaram que Agnes Barbosa Cid e Mauro Cesar Lourena Cid, pais do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses. O documento foi apresentado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
O material, que está sob sigilo, ainda afirma que Agnes e Lourena Cid fizeram um envio atípico desses valores para o exterior. Através destas transações, a Comissão realizou o pedido de quebra do sigilo bancário, fiscal e de inteligência financeira do casal. Os requerimentos são de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
Kajuru pede dados completos de 2019 a 2022, ou seja, durante todo o governo do ex-presidente Bolsonaro. Já os requerimentos que pedem acesso às informações de inteligência financeira contemplam o período de janeiro de 2019 a maio de 2023.
Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid, também é citada nos relatórios do órgão. Segundo o documento, Gabriela movimentou R$ 225.871,26 em um período de seis meses, que, segundo o Coaf, pode caracterizer indícios de lavagem de dinheiro.
Diante das novas informações, Arthur Maia (União), presidente da Comissão, defendeu uma nova convocação do militar. Cid já compareceu à CPMI, mas se recusou a responder às perguntas e optou por permanecer em silêncio.
Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a primeira parte da ação nomeada como “Operação Venire”. As investigações apontaram que o oficial teria promovido a inserção de dados fraudulentos no sistema do ministério da Saúde para a criação de cartões de vacinação falsos. O esquema também teria beneficiado o ex-presidente Bolsonaro e alguns de seus familiares.
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