A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro. A corporação ainda solicitou que a Corte autorize a convocação dele para prestar depoimento sobre o esquema de venda de joias recebidas de presente nos Estados Unidos. A informação é da coluna de Eliane Cantanhêde no Estadão.
Esse é considerado mais um passo para a prisão de Bolsonaro. A corporação também quer ouvir a ex-primeira-dama Michelle e acionou o FBI (Federal Bureau of Investigation) para avançar na investigação do caso nos Estados Unidos.
Agentes da corporação acreditam que já há indícios e provas suficientes para prender o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o advogado Frederick Wassef. Ambos estão envolvidos diretamente no esquema e foram alvos de busca e apreensão nesta sexta (11).
Mauro Cid, pivô do esquema, já está preso desde maio. Ele foi detido pela Polícia Federal na investigação do escândalo de fraude nos cartões de vacinação.
O diretor-geral da PF, Andrei Passos, conversou por telefone com o ministro da Defesa, José Múcio, e com o comandante do Exército, general Tomás Paiva. Eles acompanham as investigações e tentam separar a Força do caso, deixando os militares responderem por conta própria.
Em relatório, a PF apontou que há indícios de que Bolsonaro atuou diretamente no esquema e recebeu os valores em dinheiro. “Tais recursos ficaram acautelados e sob responsabilidade do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, e posteriormente transferidos, em dinheiro espécie, para a posse de Jair Messias Bolsonaro”, diz o documento.