A Polícia Federal (PF) encontrou um elo entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o neto golpista do ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo Filho. A informação é do colunista Marcelo Godoy, do Estadão.
Ele foi um dos artífices da campanha de difamação montada no fim de 2022 contra os generais do Alto Comando do Exército (ACE). A ação procurava desacreditar e deslegitimar os integrantes do ACE que confrontavam a tal “intervenção militar”.
Ex-sócio de Donald Trump em um projeto que previa a construção de um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Figueiredo Filho era bastante ativo nas redes sociais em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na página 67 da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deflagrou a Operação Lucas 12:2, aparece a primeira prova da ligação entre Cid e Figueiredo Filho. O trecho descreve a operação para se recuperar o chamado “Kit Ouro Branco”, entregue a Bolsonaro pelos sauditas em uma viagem, em outubro de 2019.
Em 9 de março de 2023, Cid enviou ao tenente Osmar Crivelatti um arquivo em formato pdf, extraído de uma consulta ao Google Maps. Nele estava destacado o endereço de uma joalheria: a Goldie’s, no complexo Seybold Jewelry Building, em Miami. No local, Cid havia deixado em 14 de junho de 2022 as abotoadoras, o anel e o rosário islâmico para serem expostos à venda.
“Nesse contexto, Mauro Cid envia, ainda, o contato do nome Paulo Figueiredo Filho e o telefone +1 (786) 660-xxxx para Osmar Crivelatti”, diz a PF. O número passado à Crivelatti tem o código de área de Miami, onde o comentarista mora.
Agora, a PF quer saber qual o papel de Figueiredo Filho na “operação de resgate” do Kit Ouro Branco. Por meio dos arquivos no telefone de Crivelatti, a PF busca descobrir mais informações sobre a rede de apoio mobilizada por Bolsonaro e seus assessores para recuperar o Rolex e as demais peças do kit.