O advogado Frederick Wassef, suspeito de ter participado de uma operação para recomprar um relógio Rolex dado de presente ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) pela governo Arábia Saudita, teria entregado a peça ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid em um encontro na Sociedade Hípica Paulista, na cidade de São Paulo, segundo informações da Polícia Federal, divulgadas pelo jornal O Globo.
Wassef foi um dos alvos da operação de busca e apreensão deflagrada na última sexta-feira (11) pela PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mensagens de WhatsApp obtidas pela corporação apontam que o advogado chegou em São Paulo com o Rolex no dia 29 de março, após recomprar o item em uma loja na Pensilvânia, nos Estados Unidos, para a qual havia sido vendido.
Na mesma data, outro assessor do ex-presidente, o coronel Marcelo Costa Câmara, escreveu para Cid: “Material em São Paulo”, referindo-se ao relógio.
Segundo a PF, os registros do telefone de Cid mostram que o ex-ajudante de ordens estava em São Paulo com as filhas para participar de uma competição de hipismo. Isso teria dificultado que “Mauro Cid recebesse e armazenasse o relógio Rolex de forma segura”, de acordo com a polícia.
A entrega do relógio acabou ocorrendo somente no dia 2 de abril, quando Cid viajaria de volta para Brasília com a família.
“No dia 02/04/2023, Mauro Cid avisa a Frederick Wassef: ‘Estou indo para a Hípica’ e em seguida passa as coordenadas geográficas da Sociedade Hípica Paulista”, descreveu a PF em relatório enviado a Moraes.
No dia 4 de abril, após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar a devolução do kit de joias dado pelos sauditas, a defesa de Bolsonaro entregou as peças ao poder público, tanto o relógio como os outros itens do conjunto (anel, abotoaduras e rosário islâmico), que também haviam sido recuperados por Cid nos EUA.