O empresário José Schincariol, conhecido no universo armamentista e amigo próximo de Eduardo Bolsonaro, num belo dia teve a brilhante ideia de criar uma colônia de férias para crianças a partir dos 4 anos de idade para “preparar escolas contra ataques”.
Gênio. Uma criança de 4 anos segurando uma pistola é mesmo uma ideia incrível.
Imagine o quão surreal é viver em um país em que ataques nas escolas não são resolvidos com investigação inteligente e medidas preventivas, mas sim por crianças armadas em sala de aula.
Como os espartanos, só que com tiro, o que torna a coisa toda ainda pior.
E é claro que a família Bolsonaro – envolvida sempre em todo e qualquer chorume noticiado – não poderia ficar de fora: o criador do BASE Armalite é amigo pessoal de Eduardo Bolsonaro, cujo gosto por armas não é segredo pra ninguém.
Segundo o Intercept, Schincariol exibe também fotos com Jair Bolsonaro e publicou vídeo em uma manifestação de caráter golpista após a eleição presidencial do ano passado. Declara-se “patriota e armamentista” e já recebeu apoio de Eduardo Bolsonaro para promover a competição W2C – O, um evento de competições de tiro de altas proporções.
Algo poderia ser mais a cara do Governo Bolsonaro do que um manifesto por armas nas escolas?
Para um “pai” que já escolheu armas para o tema de aniversário do próprio filho, ainda uma criança, é mesmo obcecado por armas e violência, e não perderia a oportunidade de se envolver em um “negócio” que tanto lhe apetece.
A idiotia coletiva do bolsonarismo – que vem coroado pelo armamentismo – agora assume contornos muito mais perigosos: se antes defendiam “apenas” terra plana e porte de arma para adultos, o que dizer agora que querem ensinar crianças a manusearem armas para “proteger as escolas de ataques”?
O dever de proteger as escolas (e a comunidade de modo geral) é do Poder Executivo, mas Jair Bolsonaro parece não ter compreendido isso nos anos de retrocesso em que permaneceu no poder.
Recrutar crianças para “proteger as escolas” é promover rinha de seres humanos. Ressalte-se: seres humanos que mal podem se defender.
Diante da barbárie, combater esse tipo de discurso antes que ele se alastre é nosso dever enquanto anti-fascistas.