Governistas estão otimistas de que Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, irá responder as perguntas na CPMI do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (17), mesmo após o pedido de seus advogados para garantir o direito de “silêncio absoluto”.
Aliados do governo Lula na comissão de inquérito afirmaram que Delgatti “quer falar” e que esperam que ele responda algumas perguntas consideradas “chave” para o entendimento dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro. A informação é do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Governistas lembram que o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, fez o mesmo pedido que a defesa de Delgatti ao STF e, mesmo assim, respondeu as perguntas dos parlamentares na oitiva.
A base governista deve questionar o hacker sobre sua relação com a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), que teria pago Delgatti para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e emitir informações fraudulentas, como mandados de soltura e prisão falsos.
Durante depoimento na última quarta-feira (16), o hacker reafirmou à PF que recebeu dinheiro de Zambelli para invadir qualquer sistema do poder Judiciário. Segundo seu advogado, Ariovaldo Moreira, o valor foi de R$ 40 mil, pagos uma parte em espécie e outra por transferência bancária.
Também deverão ser feitas perguntas sobre encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), admitidos pelo próprio hacker, além de mais detalhes das supostas reuniões que ele teve no Ministério da Defesa.