Nesta quinta (17), a Polícia Federal prendeu oito terroristas que incentivaram ataques e convidaram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro para a invasão da Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro. Eles fomentaram um movimento chamado de “Festa da Selma”, código usado pelo grupo para se referir ao ataque terrorista.
Segundo a Polícia Federal, o termo foi utilizado “para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos”. A corporação ainda diz que os terroristas davam instruções para quem fosse viajar na data.
“Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam, ainda, termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído”, diz trecho da nota da PF.
O código “Selma” seria uma alusão à “Selva”, termo usado pelas Forças Armadas do Brasil e uma forma de burlar monitoramentos de autoridades. As mensagens com orientações e convocações para o ataque começaram a circular no dia 5 de janeiro pelo WhatsApp.
Uma das mensagens compartilhadas funcionou como uma espécie de manual para os terroristas. “Jamais iniciem a invasão sem haver uma multidão que tome todos os 3 poderes ao mesmo tempo, ou seja, só iniciem a invasão aos 3 poderes quando houver patriotas o suficiente pra invadir tudo”, afirma trecho da mensagem.
Segundo as publicações, o objetivo do movimento era manter os prédios após a invasão. “Essa ação tem que ser uma ação com regras de: Ninguém entra e ninguém Sai! Ou seja, quem estiver lá dentro não poderá sair, não importa se são aliados ou não, ninguém sairá após a tomada dos 3 poderes”, diz a mensagem.
Para quem não poderia viajar na data, havia instruções para que bolsonaristas invadissem prefeituras e governos estaduais. “Não entrem em grupos pequenos pra não serem atacados por seguranças ou policiais (mercenários), pra entrarem nestes locais, certifiquem-se de haver multidão o suficiente pra invadirem todos os espaços”, prossegue.
Na operação de hoje, foram ao menos dois presos em Goiás, dois em Santa Catarina, um na Paraíba, um no Paraná e dois no Distrito Federal. As ações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF.
Entre os alvos de prisão estão o pastor Dirlei Paiz e a cantora evangélica Fernanda Oliver. Também foram cumpridos outros 16 mandados de busca e apreensão pela PF.