O depoimento do hacker Walter Delgatti, nesta quinta-feira (17), à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do 8 de janeiro, aumentou o temor no entorno de Jair Bolsonaro (PL) sobre uma possível prisão do ex-presidente.
Segundo a coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, membros do PL têm visto o cerco se fechando em relação a Bolsonaro desde a deflagração da operação da Polícia Federal sobre a venda das joias sauditas. A avaliação é que o grande acúmulo de casos pode levá-lo para a prisão.
Aliados, porém, acreditam que isso não deve acontecer por meio de uma prisão preventiva, mas só depois de um julgamento e condenação. Integrantes da defesa do ex-presidente consideram a situação como “horrível” na Justiça.
Na CPMI, Delgatti relatou supostas investidas golpistas de Bolsonaro e afirmou que ele lhe prometeu conceder um indulto caso fosse descoberto o plano de invadir as urnas eletrônicas. O ex-presidente também teria dito que se algum juiz desse ordem de prisão ao hacker, ele determinaria a prisão do magistrado.
Delgatti afirmou ainda que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa para reuniões com o então ministro, o general de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Bolsonaro admitiu que encontrou com o hacker e o mandou para o Ministério da Defesa, mas disse que Delgatti está “fantasiando”. “Ele está inspirado hoje. Teve a reunião e eu mandei ele para o Ministério da Defesa para conversar com os técnicos. Ele esteve lá [no Alvorada e na Defesa] e morreu o assunto. Ele está voando completamente”, afirmou Bolsonaro à Jovem Pan.