Durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti Neto disse nesta quinta-feira (17) que as senhas usadas no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) eram “123mudar”, “CNJ123” e “12345”.
A declaração ocorreu após o “hacker da Vaza Jato”, como é conhecido, ser questionado pela deputada federal Jandira Feghali (PcdoB-RJ) sobre o teor das palavras-chave para entrar no sistema no CNJ.
“A senha root, que é a senha master, que tem acesso a tudo, era ‘123mudar’, e a segunda senha mais segura era ‘CNJ123’”, respondeu Delgatti. “E a terceira [senha], ‘12345’”.
Na sessão, o hacker fez uma série de acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Delgatti foi preso no dia 2 de agosto após uma operação da Polícia Federal (PF), que também mirou Zambelli.
Segundo Delgatti, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria sido grampeado e que Bolsonaro pediu para que ele assumisse a autoria do crime.
“Segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse Delgatti. “Eu era o hacker da Lava-Jato, né. Então, seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu teria assumido a ‘Vaza-Jato’, que eu fui, e eles apoiaram. Então, a ideia seria um garoto da esquerda assumir esse grampo”, completou.
Veja o vídeo:
Em depoimento à CPMI do 8/1 nesta quinta-feira (17), o hacker Walter Delgatti Neto disse que a senha mais segura do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) era "CNJ123". O hacker também afirmou que as outras senhas eram "123mudar" e "12345". #LiveCNNBrasil pic.twitter.com/FIcZhHzl7Y
— CNN Brasil (@CNNBrasil) August 17, 2023