STF: só os indicados por Bolsonaro votam contra tornar Zambelli ré por porte ilegal de arma

Atualizado em 19 de agosto de 2023 às 21:34
Carla Zambelli, durante perseguição a Luan Araújo nas ruas do Jardins, na véspera da eleição. Reprodução

Os nomeados por Jair Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça, foram os únicos a divergir de uma recente decisão do STF que abriu um processo criminal contra Carla Zambelli, deputada federal do PL-DF. No julgamento virtual, o STF aprovou por 9 votos a 2 a denúncia da PGR contra Zambelli. Ela é acusada de perseguir um homem negro armada nas ruas de São Paulo, um dia antes do segundo turno das eleições do ano passado.

Todos os ministros, exceto Nunes Marques e Mendonça, concordaram com o relator Gilmar Mendes, que votou a favor de tornar a deputada ré. Argumentaram que o caso deveria ser julgado na Justiça de São Paulo, já que a perseguição armada não estava relacionada à atividade parlamentar de Zambelli.

André Mendonça, Jair Bolsonaro e Kassio Nunes Marques

Zambelli enfrenta acusações de constrangimento ilegal e porte ilegal de arma de fogo. Apesar de possuir registro de atiradora, ela desrespeitou a proibição de porte de arma estipulada pelo TSE às vésperas das eleições.

A polêmica poderia ter sido iniciada por diferenças ideológicas ou pela proximidade da eleição presidencial, mas tais aspectos não se relacionam diretamente com as obrigações funcionais da parlamentar, afirmou o Ministro André Mendonça do STF sobre a perseguição armada de Zambelli.

Apoiadora de Bolsonaro, Zambelli foi flagrada apontando uma arma para um homem negro. O incidente ocorreu em outubro do ano passado, no dia anterior ao segundo turno das eleições, em São Paulo. O vídeo mostra Zambelli entrando em um bar com a arma em mãos, alegando autodefesa após ter sido agredida por Luan Araújo, um jornalista. Contudo, as imagens não confirmam a agressão; a deputada caiu sozinha.

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