A Polícia Federal (PF) está investigando se Jair Bolsonaro usou, no período em que estava nos EUA, o dinheiro obtido com a venda ilegal dos presentes concedidos à Presidência da República na época de seu governo. As informações são da coluna de Juliana Dal Piva, no UOL.
A viagem do ex-presidente ocorreu no ano passado, no dia 29 de Dezembro. Na ocasião, Bolsonaro fugiu para os EUA e ficou morando na Flórida até 30 de março. Um dos motivos da fuga seria pelo fato de que o ex-mandatário se negava a passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após sua vitória na corrida eleitoral.
Interlocutores e pessoas próximas a Bolsonaro também avaliam que, na época, o ex-capitão temia ser preso e não tinha data para retornar ao Brasil. Levando isso em conta, investigadores avaliam que o dinheiro, em espécie e em dólar, pode ter sido usado naquele período.
Visto isso, a PF pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para rastrear se o dinheiro da venda das joias entrou nas contas do casal. Nas provas já coletadas pela corporação, é possível verificar mensagens do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid indicando que entregava dinheiro em espécie para o ex-presidente.
“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (…) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (…). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (…)?”, disse Cid em um dos diálogos em questão, ocorrido no dia 18 de Janeiro.
Além das conversas, a PF descobriu documentos que apontam que Mauro Cid e seu pai, o general Mauro César Lorena Cid, venderam por U$ 68 mil dólares, em junho de 2022, um rolex recebido por Bolsonaro durante sua gestão.
Algumas informações relacionadas às atividades financeiras de Bolsonaro no exterior já foram levantadas pela PF. Sabe-se que o ex-presidente abriu uma conta no BB Americas, filial do Banco do Brasil nos Estados Unidos, em 21 de dezembro de 2022, e enviou para lá 75% de todo o dinheiro líquido que ele declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao registrar sua candidatura à reeleição no ano passado.
Ao todo, Bolsonaro informou à Justiça Eleitoral ter em conta R$ 907 mil em duas contas diferentes. Numa, o saldo era de R$315,8 mil, na segunda, R$ 591 mil e a última possuía R$ 92,57. Segundo seus advogados, ele enviou U$ 135 mil para essa conta no exterior, o equivalente a R$ 675 mil.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link