Viralizou nas redes sociais o anúncio de uma quitinete localizada em Balneário Camboriú, Santa Catarina, que custa 1,6 milhão de reais.
Sim, uma quitinete. E sim, os ricos foram cafonas o suficiente para apelidarem uma cidade de “Dubai brasileira” porque a síndrome de vira-lata não perderia essa oportunidade.
O boletim de indicadores da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina lista a cidade entre as cinco do estado que mais aumentaram o número de homicídios entre 2021 e 2022, considerando o período entre 1º de janeiro e 30 de novembro.
As razões são mais do que óbvias: onde há desigualdade, há violência. Onde há pessoas com imóveis milionários e outras sem terem onde morar, não se pode andar tranquilamente pelas ruas.
É também considerada a “capital da música eletrônica” pela revista Forbes – e sedia festas de música eletrônica com tráfico de drogas que não descem morro abaixo, mas são vendidas por playboys brancos que quase nunca são punidos.
Não por acaso, quase todo bolsonarista que se preze tem uma casa em Balneário para chamar de sua. Jair Renan, o filho mais novo de Bolsonaro, acordou hoje com uma batida policial em seu apartamento de luxo.
Alvo de busca e apreensão, é acusado de integrar um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro: nada de novo sob o sol, o menino certamente só deseja seguir os passos do pai.
Picaretagem em família: a gente vê por aqui.
O grupo atua a partir de laranjas e empresas fantasmas e, ao que parece, a prisão de Jair Renan se aproxima, assim como a de seu pai.
Famosa, também, por seu potencial turístico, Balneário está lotada de bolsominions, que fazem questão de morar em um lugar em que podem acreditar que estão fora do Brasil – patriotismo, pero no mucho.
A quitinete em questão fica em um edifício que não tem elevador, não tem janela vista mar, somente um loft com uma cozinha pequena, uma sala de estar menor ainda e um banheiro sem boxe. A janela do banheiro dá para a cozinha.
Está localizada na cidade com o metro quadrado mais caro do Brasil, que custa, hoje, 12,3 mil reais, um aumento de mais de 20% com relação ao ano passado.
E sabe o que é pior?
Tem rico que compra só para dizer que mora na “Dubai brasileira” em frente à praia, que foi aterrada porque os arrancha-céus taparam o sol.
A questão, entretanto, vai além da cafonice: o problema de moradia no Brasil é gravíssimo. São seis milhões de pessoas sem terem onde morar. Em contrapartida, 11 milhões de casas vazias, segundo levantamento do IBGE.
No governo Lula, o “Minha Casa, Minha Vida”, programa destruído por Bolsonaro, atenuou consideravelmente o problema da falta de moradia, mas não adianta: enquanto houver ricos – milionários, bilionários etc – haverá desigualdade.
E enquanto houver um cantinho para a família Bolsonaro se homiziar, ali estará ela. Conseguiram transformar Balneário Camboriú num Vivendas da Barra e todo mundo que mora lá é suspeito.
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