Em declarações recentes divulgadas pela TV estatal russa, o presidente Vladimir Putin abordou pela primeira vez a morte de Ievguêni Prigozhin, líder do controverso grupo mercenário Wagner. Putin o descreveu como um “empresário talentoso”, mas que fez “alguns erros sérios em sua vida”.
Levante contra a cúpula militar e atuação na Ucrânia
Ievguêni Prigozhin se tornou uma figura conhecida após liderar um levante contra a cúpula militar russa dois meses atrás. Esse movimento veio como resposta às ameaças à liberdade de ação de seu grupo por rivais nas Forças Armadas. Ele, que também teve um papel ativo na Guerra da Ucrânia, desmentiu que o objetivo do levante fosse contra Putin, com quem tinha uma relação pessoal próxima.
Palavras de Putin e conexão de longa data
Putin expressou “sinceras condolências” à família de Prigozhin e às famílias das outras nove vítimas do acidente aéreo ocorrido na quarta-feira (23). A queda do avião Wagner é considerada por aliados e analistas como uma possível ação orquestrada pelo Kremlin.
O presidente russo também lembrou dos tempos em que ambos iniciavam suas carreiras na política na prefeitura de São Petersburgo, durante os anos 1990. Foi nessa época que o restaurante de Prigozhin, um ex-presidiário, ganhou destaque entre os políticos locais. Mais tarde, ele forneceu serviços de alimentação ao governo russo e ao Kremlin.
Expansão de atividades e contratos bilionários
Além de suas atividades na Rússia, o grupo Wagner, fundado por Prigozhin em 2014, diversificou suas operações internacionalmente. Segundo Putin, o grupo mercenário teve contratos que totalizaram até US$ 1 bilhão anuais em 2022. O grupo teve um papel na anexação da Crimeia e expandiu seus serviços para países africanos e para a Síria.