Para a Polícia Federal, a apreensão dos celulares de empresários bolsonaristas, realizada em agosto de 2022, é peça-chave para mostrar a ligação de Jair Bolsonaro com milícias digitais. Investigadores acreditam que mensagens trocadas entre o ex-presidente e o empresário Meyer Nigri são o elemento que faltava para o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é do jornal O Globo.
O caso deve ajudar a comprovar a principal hipótese criminal da investigação, de que Bolsonaro era o difusor inicial de fake news contra o sistema eleitoral e as instituições de Estado.
Com a análise das mensagens encontradas nesta semana, a expectativa é que o inquérito das milícias digitais seja concluído no próximo ano e aponte Bolsonaro como disseminador de conteúdos falsos produzidos pelo “gabinete do ódio”.
Em mensagem encontrada pela PF, Bolsonaro pede a Nigri, fundador da construtora Tecnisa, que “repasse ao máximo” um texto que acusava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de fraudar as eleições. Em resposta, o empresário diz: “Já repassei pra vários grupos” (sic).
Algumas das mensagens encaminhadas pelo ex-presidente a seus contatos falavam em “sangue” e “guerra civil” caso sofresse a derrota nas eleições. Ele enviou um vídeo a Nigri que acusava Moraes de ter um “esquema para fraudar as eleições”.