Um documento da Força Nacional foi enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro na última sexta-feira (25). “A Força Nacional prontamente acionou e empregou seu efetivo assim que demandada pelos escalões superiores, fazendo cumprir com rigor as determinações e orientações que lhe foram passadas e repassadas”, diz o texto. O DCM teve acesso aos detalhes.
Compartilhado pelo ministério da Justiça de Flávio Dino, o relatório mostra detalhes de agressões contra membros da força durante o quebra-quebra. As vítimas, ambas sem sobrenome, são o “capitão André”, que teve um braço ferido com um corte, e o “sargento Pereira”, atingido por pedras e teve uma perna imobilizada após uma torção.
“Mobilizado ferido: Cap PMPE [capitão da PM e Pernambuco] André. Dos fatos: Mobilizado encontrava-se de serviço para desobstrução de aglomeração de pessoas na Esplanada dos Ministérios na data de 8 de janeiro de 2023, quando foi atingido por uma pedra na mão esquerda vindo a causar lesão. Encaminhado ao hospital de base e após Raio-X constatou-se que não há fraturas somente um corte. Feito sutura no local lesionado sem maiores gravidades. Mobilizado depois de medicado foi feito apoio até a residência do mesmo”.
“Mobilizado ferido: SGT BMMA [sargento do Corpo de Bombeiros do Maranhão] M. Pereira. Dos fatos: Mobilizado encontrava-se de serviço para desobstrução de aglomeração nas Esplanada dos Ministérios na data de 8 de janeiro de 2023, quando foi atingido por uma pedradas pois fazia parte do pelotão de choque que desobstruiria aglomerado de pessoas na manifestação sendo atingido por pedras no altura do ombro esquerdo e tornozelo direito sendo encaminhado ao hospital Santa Lúcia Norte para atendimento. Que realizado Raio-X das lesões e não houve fraturas somente torção. Após medicação foi conduzido a residência com apoio da equipe de serviço da SSOP”.
O relatório também informa que depredações não ocorreram na sede da Força Nacional e no ministério da Justiça. E traz detalhes do efetivo empregado.
O documento detalha que 28 integrantes da Força Nacional atuaram no dia 7 de janeiro, antes mesmo do atentado golpista, com dois pelotões do choque. No dia dos ataques, a FN utilizou um efetivo de 214 homens, 24 viaturas e dois veículos aéreos não tripulados [drones] foram acionados.
Na semana passada, Dino afirmou que, no dia 7 de janeiro, editou uma portaria prevendo a atuação da Força Nacional em Brasília. Mas, segundo ele, não houve qualquer resposta do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
“Não houve essa autorização até 17h, 18h, por parte do governo do DF. E a denúncia oferecida pelo MP, em relação aos comandos, revelou a razão. Que é exatamente a posição da PM do DF. Lá está transcrito na denúncia um conjunto de diálogos que mostra que a PM do DF era contra a atuação da Força Nacional, e isso, infelizmente, determinou essa demora”, disse ele em coletiva nesta segunda.
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