Quando ainda era deputado estadual, Arthur Lira (PP-AL) comprou, entre 2004 e 2006, quatro fazendas em Pernambuco avaliadas em R$ 5 milhões (valor da época). Essas propriedades, no entanto, não constam na declaração de bens entregue por ele à Justiça eleitoral em 2006.
Documentos revelam que ao menos R$ 3,7 milhões foram pagos em “moeda corrente”. No entanto, não há especificação, nos papéis, se o montante foi pago em dinheiro vivo, cheque ou transferência bancária. As informações foram divulgadas pelo Congresso em Foco.
Lira comprou a Fazenda Pantaneiro por R$ 1.901.554,82 e a quitou em cinco parcelas. A primeira delas foi paga em 19 de julho de 2004, no valor de R$ 679.000,00. A última, em 30 de julho de 2005, no valor de R$ 253.333,08, conforme recibo de pagamento em nome de Lira.
Outro recibo mostra que Lira comprou outra propriedade, a Fazenda Estrela, em 7 de julho de 2005. O parlamentar pagou R$ 1.084.000,00, de acordo com o documento, sendo que R$ 150 mil foram entregues no “ato do contrato”. A compra ocorreu antes mesmo de ele terminar de pagar pela Pantaneiro.
Uma das parcelas, no valor de R$ 300.000,00, foi quitada com a entrega de um apartamento, localizado no Edifício Mirai, área nobre de Maceió. O imóvel foi comprado pelo deputado por meio de uma negociação feita com uma construtora em 31 de julho de 2003. oparte de um conjunto de oito unidades
Em 10 de abril de 2006, Lira adquiriu a Fazenda Taquari, em Pernambuco, por R$ 1.233.000,00. Uma das parcelas, também no valor de R$ 300 mil, foi quitada com a entrega de um dos apartamentos, que fazia parte de um conjunto de oito unidades recebidas pelo então deputado estadual de uma construtora.
Localizada em Quipapá (PE), a fazenda Samambaia teve a compra assinada por Lira em 14 de abril de 2006, quatro dias após ele ter adquirido a Taquari. Vale destacar que um terceiro apartamento da construtora também foi usado para quitar parte desse nova fazenda.
Embora tenham sido compradas antes da eleição de 2006, nenhuma das fazendas apareceu na declaração de bens entregue por Lira à Justiça eleitoral naquele ano. Apenas a Taquari foi declarada e, ainda assim, a partir de 2014, no segundo mandato dele como deputado federal.