A opção da defesa de Jair e Michelle Bolsonaro de ficar em silêncio durante depoimento à Polícia Federal segue tese defendida pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. O casal e outros aliados usaram um argumento que a Procuradoria-Geral da República (PGR) defende, de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não teria prerrogativa para investigar o caso das joias. A informação é da coluna Bela Megale no jornal O Globo.
O ex-presidente e a ex-primeira-dama disseram que só vão falar com autoridades se o caso for transferido à 6ª Vara Federal de Guarulhos (SP). Em entrevista nesta quarta (30), Aras afirmou que Bolsonaro não deve ser julgado pela Corte porque não tem mais prerrogativa de foro após o fim o mandato.
Segundo o procurador, a vice-PGR, Lindôra Araújo, já externou a posição do órgão e que agora cabe aos ministros julgarem se Alexandre de Moraes tem competência para o caso. “Se a colega já se manifestou pela ausência de prerrogativa de foro, logo pela incompetência do magistrado, é o plenário da Suprema Corte que irá decidir”, disse Aras.
O procurador-geral da República está isolado nessa tese, no entanto. A maioria dos magistrados da Corte acredita que as investigações devem seguir no Supremo e a própria 6ª Vara Federal de Guarulhos atendeu a pedido do Ministério Público (MP) e remeteu os autos a Moraes neste mês.