A Polícia Federal vê indícios de organização criminosa no caso das joias do ex-presidente Jair Bolsonaro e busca colaboração do general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, nas investigações. Investigadores já conseguiram mapear a distribuição de tarefas e o fluxo de dinheiro do esquema entre os suspeitos. A informação é do Blog da Andréia Sadi no g1.
Esse mapeamento de informações foi feito com base na colaboração de Cid, que contou à PF que a movimentação financeira envolvendo o ex-presidente teria uma base em Miami. Lá, segundo a corporação, parte dos presentes oficiais recebidos por autoridades do governo foi vendida ilegalmente. Suspeito de participar do esquema, o pai de Cid também morava na cidade americana.
Por isso, a corporação busca intensificar a colaboração com o general da reserva. Investigadores querem colher informações do pai enquanto checam informações prestadas pelo filho. Agentes pretendem formalizar em breve um acordo de delação premiada e o advogado criminalista Cézar Bittencourt, que defende Cid, afirmou que deve decidir se fará ou não um delação na próxima semana.
Além da colaboração no caso das joias, Cid tem dado informações sobre o gabinete do ódio e as estratégias do grupo na disseminação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral.
Nesta quinta (30), em depoimento simultâneo à PF, Cid e o pai decidiram não seguir a estratégia da defesa de Bolsonaro, de ficar em silêncio durante a oitiva, e falaram com investigadores. O advogado Frederick Wassef também decidiu prestar esclarecimentos à corporação.
O advogado de Cid, o criminalista Cézar Bittencourt, afirmou que seu cliente tem colaborado com as investigações com uma série de documentos. “Estamos muito cansados, estamos verificando um monte de material. Tem documentos que a gente tem que analisar, a gente leva horas, papéis, a gente fica movimentando coisas”, relatou na última terça (29).
Paralelamente, a PF tem buscado colaboração com integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ministério da Justiça para apurar a atuação do ex-diretor-geral da corporação, o bolsonarista Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições.