A médica psiquiatra Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, era a segunda esposa de Fúvio Luziano Serafim (PL), preso neste sábado (2), em Colatina, no Espírito Santo, suspeito de matá-la com ajuda do motorista do casal.
A primeira mulher dele, Zeliane Rodrigues Soares, morreu no dia 30 de outubro de 2016, dias após Fúvio ser reeleito prefeito de Catuji, município mineiro com pouco mais de 7 mil habitantes. Segundo a Polícia Militar, ela dirigia um Toyota/Corolla Xei pela rodovia MG 342 quando teria perdido o controle da direção, caído com o carro em um barranco e capotado várias vezes.
A então primeira-dama, de 29 anos, faleceu no local. Zeliane era casada há seis anos com Fúvio e deixou duas filhas, de 6 e 8 anos.
Dois anos depois, em 2018, Fúvio casou-se com Juliana. Aos 44 anos, ele é administrador de uma empresa de laticínios e faz o tipo cidadão de bem bolsonarista, temente a Deus e pela pátria e a família. Nas eleições, de 2020, emplacou sua sucessora, a atual prefeita Maria José de Oliveira (União Brasil).
Juliana foi encontrada morta com hematomas no corpo num hotel. Ela atuava em Teófilo Otoni (MG), onde o pai, o também médico Samir Sagi El-Aouar, foi prefeito e vereador.
Segundo as autoridades policiais, Juliana morreu em decorrência de:
- Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue arterial;
- Asfixia mecânica: impedimento direto da respiração, por oclusão dos orifícios respiratórios externos;
- Broncoaspiração: entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória;
- Traumatismo cranioencefálico: consiste em lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral
O gerente do hotel contou que, na manhã deste sábado, Fúvio apareceu na recepção alterado, querendo pagar a conta e alegando que a esposa estaria passando mal e teria desmaiado. O Samu foi acionado e constatou o óbito no local.
O homem contou que ela fez um procedimento cirúrgico na sexta-feira (1), e em seguida, os dois jantaram em uma churrascaria. A mulher amanheceu desmaiada, alegou.
O motorista relatou que foi chamado por Fúvio para ir ao quarto onde ele a mulher estavam hospedados porque a médica havia caído no banheiro e precisava de ajuda. Havia garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama, e a vítima estava ferida.
Fúvio Luziano Serafim foi autuado em flagrante por feminicídio e o motorista por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional. O caso seguirá sob investigação.