A Polícia Federal (PF) interceptou um diálogo de WhatsApp no qual o senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) disse ter atuado para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Em 2 de fevereiro, uma pessoa identificada como “Elmo” enviou uma mensagem ao parlamentar às 11h24: “O que precisar de nós é só falar. Se precisar estar aí com vc, é só falar. Tamo junto na alegria e na tristeza”, escreveu.
O senador, por sua vez, respondeu: “Estou há dois anos trabalhando para prender Alexandre de Moraes”. Logo em seguida, Elmo encerrou: “Batalha dura”. O interlocutor seria irmão de Do Val.
A PF também identificou outra conversa do bolsonarista, dessa vez com seu pai, Humberto. No diálogo, em 25 de fevereiro, o senador citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Olha os relatórios do que provocamos na imprensa Brasileira em um único dia! Superou as expectativas, e a primeira fase foi concluída. Essa missão foi provocar a imprensa e a sociedade para pedir aos seus representantes no Congresso as assinaturas para a abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o dia 08 de janeiro!”, disse.
“Disse que não imaginava que faria isso e os generais não paravam de ligar para ele, para dizer que descobriram as minhas ações e parabenizando. Disse que a CPMI irá dar início ao fim do Lula e Xandão. Lula acredito que conseguimos impeachment, o Xandão vai perder a força e vai mergulhar”.
O parlamentar, então, finalizou: “Bolsonaro está muito feliz. E impressionado de eu ter feito tudo sozinho”. Foi com base nas mensagens encontradas no telefone interceptado que investigadores da PF pediram a prisão de Do Val a Moraes, em junho.