“Campanha por ministra negra ao STF tirou racistas do armário”, diz escritora

Atualizado em 5 de setembro de 2023 às 13:03
Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Cristiano Zanin, Nunes Marques, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, André Mendonça, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux

Para a escritora, jornalista e roteirista Eliana Alves Cruz, a campanha pela indicação de uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF) “está tirando todos os racistas dos armários”. Ela diz que os argumentos usados por quem critica a campanha mostram “o quão racista este pais ainda é”.

“A foto do Joaquim Barbosa em vários posts, como se toda pessoa negra pensasse igual; a frase óbvia ‘a escolha é do presidente’, como se a sociedade não pudesse reivindicar coisas a quem elegeu e o argumento ‘notório saber jurídico’, como se não existissem mulheres negras que se enquadrem, só mostra o quão racista este país ainda é… E ainda será por longo tempo”, afirma.

O presidente tem sido pressionado por eleitores a indicar uma mulher negra para a vaga de Rosa Weber, presidente da Corte, que se aposenta em outubro. A escritora diz que não se “surpreende” com o racismo de algumas pessoas e argumentos no debate sobre o tema.

“O racismo desta nação não me surpreende, mas me choca sempre. O dia em que eu não me apavorar com ele, significa que eu o aceitei. E eu vivo para dizer não a esse monstro que nos inviabiliza todos os dias da minha vida”, finaliza.

Em 132 anos, o Supremo teve 171 ministros. Entre eles, só houve três três mulheres: Ellen Gracie, indicada em 2000 por Fernando Henrique Cardoso (PSDB); Cármen Lúcia indicada por Lula em seu primeiro mandato; e Rosa Weber, que entrou na Corte em 2011 para substituir Gracie.

A última pessoa negra a assumir o posto de ministro do STF foi Joaquim Barbosa, aposentado em 2014.

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