“Campo minado”: Delação de Mauro Cid deve implicar diretamente Bolsonaro

Atualizado em 8 de setembro de 2023 às 6:47
O tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve implicar diretamente o ex-mandatário em seus depoimentos devido as tratativas de seu acordo de delação premiada avançada.

A Polícia Federal (PF) só aceitou seguir com a negociação de um acordo se o militar relatar todos os fatos que pesam sobre ele, indicando a participação de outras pessoas. Ou seja, apontar também o papel de todos os envolvidos, entre eles, Bolsonaro.

Depois do acordo fechado com a PF, o Ministério Público Federal (MPF) deve se manifestar sobre as condições para o trato ser firmado com o bolsonarista.

Cid esteve no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta última (6) para uma audiência sobre a delação. Vale destacar que, nas últimas semanas, o tenente-coronel prestou cerca de 26 horas de depoimento sobre casos que envolvem o ex-capitão.

A expectativa, agora, é a de que Cid tenha a capacidade de explorar eventos com profundidade e apresentar provas com detalhamento. Não se sabe, no entanto, se os policiais se debruçaram sobre a participação dos filhos de Bolsonaro em possíveis negociatas.

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Mauro Cid e Bolsonaro. Foto: Reprodução

Diante disso, o ex-presidente e seus auxiliares mais próximos dizem, nos bastidores, estarem no escuro sobre a proposta de delação premiada feita por Cid. Eles, ainda, dizem não saber detalhes sobre o que o militar irá falar à PF. A informação foi divulgada pelo Metrópoles.

Ao longo da tarde da última quinta-feira (7), aliados e auxiliares do ex-chefe do Executivo tentaram insistentemente contato com a defesa e com diferentes familiares do militar, mas não tiveram retorno. Eles, por outro lado, combinaram de reforçar o discurso publicamente de que “não há o que Cid delatar”, mas avaliaram que ele deixou Bolsonaro em uma espécie de “campo minado”.

O militar é investigado em uma série de temas, entre eles, os casos das joias sauditas recebidas e vendidas ilegalmente pela gestão bolsonarista e da falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e seus familiares. Cid está preso desde maio.

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