Policial que atingiu menina de 3 anos alega ter ouvido “barulho de tiro”

Atualizado em 8 de setembro de 2023 às 17:45
Heloísa dos Santos Silva e o carro que foi atingido por tiros. Foto: Reprodução

O policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento na 48ª DP (Seropédica), que investiga o caso de uma criança de 3 anos baleada dentro do carro da família no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense (RJ), que efetuou os disparos após ouvir um barulho de tiro.

Heloísa dos Santos Silva estava no veículo com os pais, a tia e a irmã, quando foi baleada na noite de quinta-feira (7). Segundo a família, o tiro acertou a coluna e a cabeça da criança.

A Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, informou que Heloísa chegou no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes com baixo nível de consciência, foi sedada e entubada.

Ferreira disse que ele e dois colegas começaram a perseguir o carro depois que foi constatado que o veículo era roubado. Segundo o agente, “depois de 10 segundos atrás do veículo”, os policiais “escutaram um som de disparo de arma de fogo, chegando a abaixarem-se dentro da viatura”.

O agente confessou que efetuou três disparos com um fuzil calibre 556 na direção do Pegeaut onde a criança estava com a família “pois a situação lhe fez supor que disparo que ouvira veio deste veículo”. Ferreira ainda disse que socorreu Heloísa em sua viatura para o hospital.

A Polícia Civil confirmou que o carro que levava a menina era roubado. O motorista e pai da criança, William Silva, afirmou que comprou o veículo recentemente e que não sabia que era irregular.

De acordo com o boletim divulgado na tarde desta sexta-feira (8) pela prefeitura local, Heloísa foi internada no CTI e seu estado de saúde é grave.

“A direção do HMAPN informa que, ao dar entrada na unidade, a criança foi avaliada pela CIPE, neurocirurgia e pediatria, com realização de exames de imagem e laboratório. Mesma foi encaminhada para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento. No momento a paciente está entubada, no CTI do hospital, e seu estado é grave”, informou o boletim.

Heloísa dos Santos Silva está internada em hospital público de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Foto: Reprodução

Ferreiras e os policiais Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva afirmam que o giroflex e sirenes da viatura que usavam no momento da abordagem estava ligado.

O pai da criança disse que passou pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e não foi abordado em nenhum momento, mas percebeu que uma viatura da polícia passou a segui-lo e ficou muito próximo ao seu carro.

“A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: ‘Bom, tudo bem, mas eles não sinalizaram para parar’. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos”, contou.

Em nota, a PRF informou que os três policiais envolvidos no episódio foram afastados de suas funções de forma preventiva, até que o caso seja apurado pela corregedoria da corporação.

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