Elias Jabbour, diretor de Pesquisas do Banco dos BRICS, professor licenciado da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), defendeu a indicação de uma mulher negra para o STF em sua conta no X, antigo Twitter.
Mandou também um “abraço solidário” a Gregório Duvivier, vítima de ataques estúpidos de talibãs da esquerda por criticar Zanin e fazer campanha por três mulheres negras:
Mulher e negra
Sou favorável pela presença de uma mulher negra no STF. Falo com a tranquilidade de um militante que trabalha com a centralidade da questão nacional. Isso significa que eu “capitulei” aos “identitários”? Não. Só não acho que a luta pela igualdade racial,a emancipação feminina, os direitos LGBTQI+, a questão indígena etc são pautas identitárias. NÃO.
É preciso dar um salto dialético aí: são pautas civilizatórias e qualquer militante de esquerda e que, como eu sabe que sem libertação nacional não existe socialismo, deve começar a rever seus conceitos. A nossa luta é por um projeto nacional-civilizatório que abra as portas do Brasil ao socialismo. Vamos perder de lavada para os liberais esse debate enquanto não observarmos que devemos construir a nossa agenda e não pegar carona na deles.
https://twitter.com/eliasjabbour/status/1700536283368677589
Lula deve nomear quem ele achar melhor, mas não podemos deslegitimar essa reivindicação. Eu não quero saber o que a Xuxa pensa. O que importa é mostrar para uma criança negra de uma favela que ela pode, em um projeto nacional, aspirar grandes realizações na vida.
O que nos separa dos liberais de direita e de esquerda é a politização desta discussão. É a possibilidade aberta para entrelaçar essa pauta com a missão da libertação nacional. Sim, eu quero uma mulher negra no STF como um sinal claro de que nosso país caminha, de forma torta e às vezes meio cega, para se reencontrar consigo mesmo.
A questão nacional no Brasil tem cor e tem gênero. Quem não percebeu isso ainda, não entendeu nada. E deixo meu abraço solidário ao Gregório Duvivier. Não preciso concordar com tudo que ele fala. Nem ele comigo. Mas meu inimigo é outro. Está no Norte Global.