Nem joias, nem vacinas: delação de Cid tem como ponto de partida o “Gabinete do Ódio”

Atualizado em 10 de setembro de 2023 às 12:45
Tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Sérgio Lima

O acordo de delação premiada firmado entre o tenente-coronel Mauro Cid e a Polícia Federal (PF), teve como ponto de partida as investigações realizadas no inquérito das milícias digitais relacionadas ao “gabinete do ódio”, que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações do Globo.

A colaboração do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) foi homologada no último sábado (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo na Corte.

Em trecho da decisão, o magistrado afirmou que “presentes a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade”, o acordo foi homologado “referente às investigações do INQ 4.874/DF e demais Petições conexas”.

O inquérito 4874, conhecido como “inquérito das milícias digitais”, foi instaurado em 2021 por Moraes a partir de indícios e provas da existência do chamado “gabinete do ódio”, grupo articulado no antigo governo que tinha por objetivo disseminar informações falsas para atacar adversários e colocar em xeque a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.

A narrativa era disseminada numa tentativa de futuramente servir de base para a tentativa de um golpe de Estado que mantivesse Bolsonaro na presidência.

Gabinete do ódio bolsonarista no Fantástico. Foto. Reprodução/Globo

Cid, em depoimentos anteriores, já havia demonstrado ter grande conhecimento do funcionamento e dos  envolvidos no gabinete do ódio. O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, é apontado como o principal articulador do grupo.

A partir desta apuração foram estabelecidas novas linhas de investigação, como estas que atingem Mauro Cid: investigações envolvendo suspeitas relacionadas a fraude em cartões de vacinação, venda irregular de presentes dados ao governo brasileiro e também em tramas para um possível golpe de estado no país. Mauro Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro durante todo o seu mandato presidencial, de 2019 a 2022.

A expectativa é a de que Cid tenha abordado todos estes temas e revelado o grau participação de Jair Bolsonaro. Após a homologação, o ex-ajudantes de ordens foi solto, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

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