O lavajatismo foi estruturado sobre um esquema de delações, a maioria obtida com a tortura das prisões preventivas intermináveis. E muita coisa ainda não foi esclarecida do funcionamento desse esquema.
Pois agora Deltan Dallagnol, que não consegue ser apenas ex-procurador e ex-deputado, debocha do acordo para a delação de Mauro Cid.
Não deveria debochar. Dallagnol teria escapado da situação que enfrenta se tivesse delatado os métodos de Sergio Moro em Curitiba e admitisse que o juiz mandava no Ministério Público.
Dallagnol só teve sua eleição anulada e seu mandato de deputado cassado porque na origem de tudo estavam as investigações sobre os desmandos cometidos na Lava-Jato.
Sem a imposição de Sergio Moro como chefe de toda a estrutura fascista que caçou Lula, hoje Dallagnol estaria na Câmara como um dos líderes da extrema direita.
Uma delação poderia livrá-lo de parte das acusações, como um servidor induzido ao erro e ao delito (o Conselho Nacional do Ministério Público tem a lista), e transferir quase todas as culpas para o chefe Sergio Moro.
Mas Dallagnol se manteve fiel ao seu líder em Curitiba e hoje é um ex-procurador e um ex-deputado famoso pela capacidade de arrecadar ajuda financeira pelo PIX.
(Este é o trecho em que Dallagnol ironiza a delação, no Twitter, fazendo uma provocação ao ministro Gilmar Mendes: “Será que Gilmar Mendes chamará Moraes de pervertido? Falará de tortura? Mauro Cid ficou preso 4 meses sem acusação. Isso NUNCA aconteceu na Lava Jato. Se ocorresse, teríamos sido punidos porque a prisão seria ilegal, indicando que seu objetivo seria forçar uma delação. E agora?”
Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes
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