A Polícia Federal avança na negociação de acordos de delação com membros da própria corporação investigados em outras apurações. Agentes têm negociado com eles logo depois da colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A informação é da Folha de S.Paulo.
Há ao menos duas pessoas envolvidas no inquérito sobre a interferência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022 que estão em tratativas para delação com a PF. Alguns integrantes da corporação já manifestaram interesse em delatar e estão no processo de averiguação prévia dos depoimentos.
A ideia de investigadores é que as colaborações acrescentem informações no caso das operações da PRF durante as eleições e no que apura eventos que levaram ao ataque terrorista de 8 de janeiro. Um dos principais alvos dos depoimentos deve ser o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Agentes da PF acreditam que já há elementos suficientes para afirmar que houve tentativa clara de interferir nas eleições. A polícia apura sua atuação durante o segundo turno, quando ampliou o número de abordagens a ônibus, descumprindo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Outros três integrantes da própria Polícia Federal cedidos ao Ministério da Justiça à época estão na mira da corporação. O principal alvo é Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência da pasta que tinha uma planilha no celular com o nome das cidades onde Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno.
Um funcionário de Marília relatou à que a ordem de realizar esse mapeamento partiu dela e que as blitze da PRF focaram nas cidades onde Lula havia recebido mais votos.